Acalmar a Alma
Existem espíritos sumamente irrequietos, curiosos, ansiosos. Espíritos que não param, que estão em constante ebulição. Espíritos que nem sempre conseguem ter um momento de paz dentro de si. Seja porque estão sempre com projetos e sonhos. Seja porque as preocupações os afligem. Seja porque a sua mente não consegue desligar. Eu, afortunadamente, ou não, sinto-me incluído neste género de espíritos.
Poderia estar neste momento a alongar a hora de jantar (escrevo às 21:30) podia estar a fazer uma função pasiva como ler ou ver televisão, podia estar a dormir (depois de duas longas noites) mas prefiro estar sempre ativo.
Pode parecer bom, e em certo modo o é, mas se não soubermos desligar de vez em quando, se não soubermos controlar o fluxo de pensamentos, se não formos capazes de controlar as emoções e o frenesí, estamos condenados a sofrer as consequências dum esgotamento.
Pode parecer exagerado, mas há muitos destes casos na nossa sociedade desenfreada. Onde tudo flui mais depressa, e somos totalmente assoberbados pelo excesso de informações e sensações.
Já tentei a meditação, mas parece-me que ainda não sou capaz de dominar bem esta ferramenta. Experimentei mantras budistas, são interessantes mas não consigo disponibilidade nem disciplina para os utilizar. Mas neste inverno encontrei uma ferramenta antiga de relaxamento. Algo que, olhando para o meu passado, sempre utilizei. Nem sei como é que me tinha esquecido dela. A fogueira!
A fogueira faz parte da humanidade há alguns milénios. E já era utilizado como fonte de descanso nas tribos de caçadores/recolectores. Esta ferramenta é das poucas coisas que consegue domar a minha mente aguerrida e frenética. Hoje escrevo com facilidade, sem edições de texto, dado que me encontro com a mente limpa, e são apenas os dedos a deslizarem pelas teclas, registando os meus pensamentos.
Irei usar a fogueira mais vezes para encontrar paz de espírito, e já agora, para me aquecer nas frias noites que se aproximam.
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